A história de Diana Botelho, cirurgiã-dentista e vaqueira, é um retrato fiel de dedicação, superação e amor pela vaquejada. Natural de Aratuba, no Ceará, Diana cresceu cercada pela natureza e pelos animais, criando desde cedo uma forte conexão com o campo, que mais tarde se transformaria em paixão pelo esporte da vaquejada.
Ainda jovem, Diana se mudou para Fortaleza para dar continuidade aos estudos. Essa transição marcou sua vida, mas não apagou o vínculo com o meio rural. Pelo contrário: a saudade do contato com a natureza fortaleceu ainda mais sua identidade e suas escolhas futuras.

Da vontade de ser veterinária à odontologia
Inicialmente, Diana sonhava em seguir a carreira de medicina veterinária, motivada pelo amor aos animais. No entanto, a vida a conduziu à odontologia, área em que se formou e construiu sua profissão. Mesmo assim, a paixão pelos animais e pelo campo nunca deixou de fazer parte da sua rotina.

A entrada na vaquejada e o apoio fundamental da família
O envolvimento de Diana com a vaquejada começou por meio do seu noivo, Lucas, que a apresentou ao esporte. No início, o medo e o nervosismo eram desafios constantes, comuns a quem está dando os primeiros passos nas pistas. Nesse processo, o apoio emocional de Tonho foi essencial, ajudando Diana a confiar em si mesma e a enfrentar os desafios iniciais.
Esse suporte familiar foi decisivo para que ela se sentisse segura e motivada a seguir em frente na vaquejada, esporte que exige coragem, foco e disciplina.
Primeira vaquejada e uma conquista inesperada
Mesmo sem experiência, Diana surpreendeu a todos logo em sua primeira participação em vaquejadas, quando conseguiu derrubar quatro bois e conquistou o primeiro lugar. A vitória marcou um divisor de águas em sua trajetória, mostrando que ela tinha talento e potencial para crescer no esporte.
Com o tempo, Diana evoluiu tecnicamente, adquiriu seu próprio cavalo e passou a competir em vaquejadas de maior porte, consolidando-se como uma competidora dedicada e em constante crescimento.

Custos, dedicação e cuidado com os animais
A prática da vaquejada exige investimento. Diana destaca a importância dos gastos com alimentação adequada, treinamentos, acompanhamento veterinário e cuidados diários com os cavalos. Esses fatores são essenciais não apenas para o desempenho nas pistas, mas principalmente para garantir o bem-estar animal.
Na vaquejada, compreender o comportamento do boi e do cavalo é fundamental. Cada animal possui características próprias, e a conexão entre cavaleiro e cavalo influencia diretamente no resultado das competições.
Organização, categorias e inclusão no esporte
A vaquejada é um esporte bem estruturado, com categorias amadoras e profissionais, além de divisões por faixa etária, permitindo a participação de competidores de diferentes níveis de experiência. Um ponto de destaque é que a participação feminina não possui restrições de idade, promovendo inclusão e diversidade dentro do esporte.
O crescimento da presença feminina é evidente. Em eventos recentes, mais de 186 mulheres competiram, demonstrando o avanço e a força das mulheres na vaquejada.
Comunidade, economia e impacto social da vaquejada
Além do aspecto esportivo, a vaquejada promove um forte senso de comunidade, criando laços que vão além das competições. O esporte também gera empregos, movimenta a economia regional e contribui para o desenvolvimento do Nordeste.
A fiscalização do bem-estar animal é rigorosa, garantindo que bois e cavalos recebam cuidados adequados e não sofram maus-tratos. Ambos são tratados como verdadeiras estrelas do espetáculo.
Apoio, patrocinadores e futuro da vaquejada
O fortalecimento da vaquejada também passa pelo apoio de patrocinadores, como Max Veículos, Roni Top Cases e Holanda Clinic, que contribuem para a produção de conteúdos, eventos e projetos ligados ao esporte.
A expansão da vaquejada inclui novas escolas de formação, oportunidades para mulheres e crianças e até iniciativas terapêuticas, onde o contato com cavalos auxilia no desenvolvimento emocional e físico de crianças com deficiência.
Uma trajetória que inspira
A história de Diana Botelho mostra que a vaquejada vai além da competição. É disciplina, cuidado, respeito aos animais e, acima de tudo, apoio familiar. Sua trajetória inspira outras mulheres a acreditarem que é possível conciliar profissão, paixão e tradição dentro do esporte nordestino.